CORAÇÃO ÍNGREME

Sob a clausura de suas incredulidades;

Morava nas alturas, do receio de amar;

E seu alcance, era repleto de impossibilidades;

Pois seus caminhos escarpados, dificultavam a qualquer aproximar!

Detido, qual filho único de sua própria solidão;

Morava na mansão, da dúvida e do desengano;

Era regido pelo toque, um tanto mórbido, da desilusão;

Era descrente, pertinaz e quase desumano!

Lá nos altos temores, ele relia a sua sina;

E nas linhas do amanhã sem páginas, seu vazio escrevia;

Suas flores incolores, seu pranto regava, qual chuva fina;

E a dor dos preteridos, era tudo que sentia!

Então, sem asas e sem forças humanas, lá no alto ela chegou;

Nas mãos trazia um sonho, sob a forma da paixão;

Pacientemente, a rota intrafegável, ela pavimentou;

E deu-lhe cor, abrindo todas as grades daquela prisão!

Um coração, inacessível ao amor e a todo carinho;

Que se isolava e espancava, quem tentasse injetar-lhe fé;

Ele, que cego e valente, destruía a tudo, lutando sozinho;

Se viu derrotado, ao bater apaixonado, por tão linda mulher!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 14/03/2008
Código do texto: T900332
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.