CORAÇÃO ÍNGREME
Sob a clausura de suas incredulidades;
Morava nas alturas, do receio de amar;
E seu alcance, era repleto de impossibilidades;
Pois seus caminhos escarpados, dificultavam a qualquer aproximar!
Detido, qual filho único de sua própria solidão;
Morava na mansão, da dúvida e do desengano;
Era regido pelo toque, um tanto mórbido, da desilusão;
Era descrente, pertinaz e quase desumano!
Lá nos altos temores, ele relia a sua sina;
E nas linhas do amanhã sem páginas, seu vazio escrevia;
Suas flores incolores, seu pranto regava, qual chuva fina;
E a dor dos preteridos, era tudo que sentia!
Então, sem asas e sem forças humanas, lá no alto ela chegou;
Nas mãos trazia um sonho, sob a forma da paixão;
Pacientemente, a rota intrafegável, ela pavimentou;
E deu-lhe cor, abrindo todas as grades daquela prisão!
Um coração, inacessível ao amor e a todo carinho;
Que se isolava e espancava, quem tentasse injetar-lhe fé;
Ele, que cego e valente, destruía a tudo, lutando sozinho;
Se viu derrotado, ao bater apaixonado, por tão linda mulher!!