Porto do sonho
Águida Hettwer
 
 
Adormece enclausurado no leito do sonho,
Feito angelical figura desprendida dos céus.
Tua alma não te pertence, desdenho,
Entregou-se ao derradeiro tempo e lhe disse adeus!
 
Tuas asas voam além de onde a vista alcança.
Quando a noite chegar, solta de seu manto,
Invadidos pela calmaria ondulante, depois de tanta andança.
Segue o rumo ao infinito que nos espera, num doce recanto.
 
Num porto ancorado de sonhos
Quero amá-lo por mais um instante,
Na essência de mim, marcar-te...
 
As sonoridades pausadas pelos sentidos,
Emoções que dão vida arquejante,
Na voracidade dos desejos.
 
 
 
13.03.2008