Minha desventura

Minha desventura

Tanto busquei entender-vos,

Mas nem de longe pude ver-vos

Que este duro amor vosso me condena!

Vosso amor,Senhora,sois mui pouco,

E viva eu cá num sufoco,

Posto em desventura,

No desespero e na dor!

E embora,seja leve a pena,

Será em vão,que é pena d’amor,

Pesada e dura!

E sois de alma tão mesquinha

Que esta pena que é minha,

Mui em breve também será vossa!

Deixar-vos um coração,

Talvez,não possa,

Que livre era;porém,agora preso,

Atado firme ao desprezo

De vossa ingratidão!

Nesta alma minha dura

Tanto desespero,tanta injúria,

Tanto desengano vosso,

Mas sei que d’amor não posso

Já nunca pôr um fim!

Se a cura para o amor seja a morte

Nem em sonhos tivera a sorte

Quem se sustenta de um engano!

E seja tão largo este dano

Que nem na morte terá fim!

Mas;porém,Senhora,

O que me fazeis agora

Retornará em vossa vida,

Pois d’amor a ferida

Não sara,sempre dura,

E sempre consome,

E,então, ireis lembrar de um nome:

Minha desventura!

Alssyno Dantas
Enviado por Alssyno Dantas em 13/03/2008
Reeditado em 26/11/2008
Código do texto: T898946
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.