Arco-íris do amor
Não temas o fim, cada dia morres um pouco,
Na ternura, na angústia, na imprecisão e na vontade
Sempre te renovas na afeição, na amargura,
No equívoco e na ambição, e, outra, continuas
Por gigantesca idade e vives se o medo de extinguir
Não te alardear
Vives eternamente, ames, mas não como os homens.
Ames com carinho e sem aspiração; não precisas sentir
Para amar, ames para sentir, ames como amante
À luz do luar e se for preciso te sentes para esperar.
Em ti, afastado o que amas, não te faz tranqüilo
Se a felicidade é o resultado do amor, se do amor o fim
É a transformação, se o destino é sorte que te leva ao sul
E ao norte e se vai, então não faças de ti algo inexistente
Vives-te por viver, tu és vida, presença invisível
A luz ilumina todas as coisas, coisas que não dizem
Se quer ser iluminadas por não saber que existem.
Em ti encontras todas as coisas, que não falam
E não te revelam, seja em silêncio o que te exoneras
Seja alegre diante da tua abnegação! Não tenhas orgulho
Do teu desapego! Levantes as mãos para o céu.
E permitas que fique de ti esse último sinal! O que tu viste
Foi o colorido fácil. O que tu viste de aproveitável
Foi o que não viram teus olhos amados.