Arco-íris do amor

Não temas o fim, cada dia morres um pouco,

Na ternura, na angústia, na imprecisão e na vontade

Sempre te renovas na afeição, na amargura,

No equívoco e na ambição, e, outra, continuas

Por gigantesca idade e vives se o medo de extinguir

Não te alardear

Vives eternamente, ames, mas não como os homens.

Ames com carinho e sem aspiração; não precisas sentir

Para amar, ames para sentir, ames como amante

À luz do luar e se for preciso te sentes para esperar.

Em ti, afastado o que amas, não te faz tranqüilo

Se a felicidade é o resultado do amor, se do amor o fim

É a transformação, se o destino é sorte que te leva ao sul

E ao norte e se vai, então não faças de ti algo inexistente

Vives-te por viver, tu és vida, presença invisível

A luz ilumina todas as coisas, coisas que não dizem

Se quer ser iluminadas por não saber que existem.

Em ti encontras todas as coisas, que não falam

E não te revelam, seja em silêncio o que te exoneras

Seja alegre diante da tua abnegação! Não tenhas orgulho

Do teu desapego! Levantes as mãos para o céu.

E permitas que fique de ti esse último sinal! O que tu viste

Foi o colorido fácil. O que tu viste de aproveitável

Foi o que não viram teus olhos amados.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 13/03/2008
Reeditado em 13/03/2008
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