COROA POÉTICA CRAVEJADA DE ESMERALDAS, OURO E ESTRELAS...

O meu primeiro poema

Ensaiei-o em Primavera,

Enfeitei-o de alfazema,

Embrulhei-o em quimera.

Ofereci-lhe esmeraldas

Adornadas de amor puro,

Em carícias esmeradas

E promessas de futuro.

Seus olhos, verde-poesia,

Seus cabelos, ouro fino,

Sua pele, seda macia,

Doce fruto, meu Estio!

Meu filho, seiva de mim,

Meu amor, verso de luz,

Brisa-Março em mar-jasmim,

Rosa-abraço em minha cruz!

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O meu poema do meio,

Vindima de tarde fresca,

Embalei-o em doce enleio,

Perfumei-o de floresta.

Fiz do seu pólen meu mel,

Néctar em puro cristal,

Protegi-o com dossel

De amor em tom outonal.

Seus olhos, travo de noz,

Brocado bordado a ouro,

Seu carinho, minha foz,

Onde desaguei tesouros.

Meu filho, seiva de mim,

Minha luz, verso de amor,

Brisa-Novembro em jardim,

Musicada em meu louvor!

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O meu derradeiro poema

Fez-se em mim, sem o pedir,

Mas foi dádiva suprema,

Rosa em botão, por abrir!

Fragrância purificada,

Bálsamo que me banhou,

Estrelinha lapidada

Que, por instantes, me ornou!

Seus olhos, lagos de luz,

Na cútis, toque de pétalas,

Lábios, corola onde depus

Ósculos de borboletas!

Minha filha, elixir de mim,

Meu poema, minha luz,

Anjo etéreo, querubim,

A segurar minha cruz!!

(Aos meus três poemas, dois que ainda leio, e um que é o Anjo que segura a minha cruz... não sentem as suas asas?!...)