Chuva de amor
Houve uma vez um Verão em que o sol
Não brilhava, praias eram desertas, o amor,
De atenção dispersa, os lares rondava
Distante cantava a seriema, os bichos,
Coitados, dava pena, cantavam com
Vontade de chorar e eu menino
Franzino não tinha meios para ajudá-los.
O beija-flor eu via tirar o necta das flores
Enquanto a dama da noite me fazia
Seu bálsamo respirar, logo um clarão
Divino abriu-se vindo me avisar:
- Invertem-se as Estações do Ano
De tanto o homem a natureza
Alterar, morrem folhas, ficam fibras
Pro gado se alimentar, afirmo que noutra
Estação chuva de amor vai rolar.