NEM UM DIA SEM AMOR

NEM UM DIA SEM AMOR

Marília L. Paixão

Caminhava

O caminho se perdeu

Perdeu-se no caminho

O caminho meu

Achado o caminho

Não reclamarei mais da estrada

Não reclamarei dos buracos

Nem do que fiz ou do que faço

Caminharei calçando a cara

Eu pelo caminho da mata

Em busca de Dagger Lor

Preciso dele não importa onde estou.

Quando se dará nosso encontro?

Já não sei se passa bem ou passa magro

Já não sei se continua com a estrela lhe inspirando agrados

E não saber já vira o coração de lado

Que eu não lhe pus no mundo para depois o abandonar

Olhe essas curvas apertadas em que um louco pode lhe massacrar

E você é puro Dagger!

Você merece todo o verde de todas as estradas

Você merece todos os números que ainda não pude lhe dar

E sequer a andar de bicicleta lhe ensinei ainda

Também, foi cismar de voar...

Cuidado enquanto isso com os fogos dos dragões

Cuidado com os grandes caminhões

Cuidado com os fogos de artifícios e demais explosões

Cuidado com os edifícios e aviões que caem

Com os rios que se inundam e com as crateras urbanas

Muito cuidado se alguma falta de amor lhe cerca

Que a sua casa lhe espera

Nela você reina mesmo se a mata queima

Aqui você não fica nem um dia sem amor.

Poderia até lhe chamar de doutor

De lorde ou de qualquer nome de grande valor

Mas lhe chamar de Dagger Lor

Já reluz nosso quadro de amor

Falta lhe ensinar que o amor é cheio de mistérios gratos

Falta lhe ensinar sobre o mundo e suas próprias virtudes

Antes que o mundo lhe tome de mim

Preciso prepará-lo para a grandeza do fim

Pois nada espera pela hora certa, Dagger

Nem as estrelas apaixonadas

Nem os sapos mais importantes filhos de donos não anfíbios

O tempo é incondicionado pela natureza.

Não há tempo para o amor começar ou acabar

Não há tempo para se aprender sobre tudo

E não há tempo para não ter tempo de procurá-lo

Não tê-lo por perto pode significar que a morte tenha iniciado.

E qual é o meu legado?

O que deixei de bom para o meu amado?

Deixei flores protegidas por arame farpado?

Deixei uma panela quente com fumaça na chaminé?

Te avistei brincar de pular o riacho pela última vez?

Te vi chegar quietinho e aguardar perto da porta

Sempre que vinha com alguma história?

Disse que te amava este mesmo tanto que digo agora?

Então não posso ir como estou

Então trate de se unir ao que restou

Que se nos encontramos

Encontrado estará o caminho do amor.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 11/03/2008
Reeditado em 11/03/2008
Código do texto: T896447
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