MINHA POESIA, MINHA IRMÃ

Eu lhe vi na esquina, eu lhe vi num parque,

eu lhe vi brincando de capitão!

Eu lhe vejo sempre sabe?

Em uma banca de revista, em um carro que passa,

em uma tela do cinema, em um trabalho de Renoir.

Eu lhe vejo na boneca da vitrine,

Uma garota que passa me lembra você, você, você.

Fico inebriado, imaginando seus cabelos, seu jeitinho,

você todinha forma um quadro, na minha mente,

sim e ate os meus discos parecem falar de você.

Cada música canta uma história, e em cada história esta você.

Eu sinto seu perfume aqui.

Vejo o luar escorrer pelo seu rosto, lhe prateando as faces,

fazendo brilharem seus dentes alvos ao sorrires.

Es menina, mais eu lhe vejo adulta.

A pessoa é o que pensa se pensa que é.

Vejo-lhe em cada flor do jardim por onde passo.

Imagino até que o mar borda todos os dias,

seu nome na colcha alva da areia de suas praias.

Depois uma onda salpica um punhado de gemas, formando

um colar de jóias, que será ofertado a você.

Alguém me olhando nos olhos

Acho que iria reconhecer

Que eles estão bem mudados

Pois só refletem você.

Salvador, 12/10/1971

Barret.