DOCE DELÍRIO! // POR TODA A ETERNIDADE (com Milla Pereira)

DOCE DELÍRIO!

(Milla Pereira)

Quando, à noite, a solidão se avizinha,

Ouço tua voz, que insiste em gritar meu nome

Na mesma intensidade que me consome,

Faz-se presente na ausência que espezinha.

Quando chegares, na soleira desta porta,

Eu estarei, sem mais conter-me, a tua espera.

Libertarei de minhas mãos toda quimera,

Abraçando a realidade, que me importa!

Mordo teus lábios, sinto o gosto de sangue

Em minha boca, já sedenta de teus beijos.

Entrego-me à loucura que move o desejo

De ter em teu corpo o meu, quase exangue

Que, nesse transe do momento, já vencido

Por essa lava de paixão que nos domina,

Mantendo presa, ao delírio que alucina

A chave do segredo jamais esquecido!

Conquanto esse amor meu coração desarme,

Render-me-ei às malhas do doce delírio...

Serei eternamente tua, sem martírio

No enlevo deste desejo a subjugar-me!

POR TODA A ETERNIDADE (Réplica)

(Mario Roberto Guimarães)

A ausência, dos que se amam, é o algoz,

Consome o corpo e maltrata a alma,

Numa aflição que em nada encontra a calma,

Por tal, te acompanha o som da minha voz.

O reencontro é o momento que se anseia,

A que se apague a agonia da distãncia,

Como a fazer, de tudo, simples circunstância,

Quando o coração, ao próprio, se alheia.

A todo o instante, não me deixa a tua imagem,

Qual me envolvesse, em doce luz, tua presença,

E o tempo insiste em sua fria indifença,

Mostrando ser, essa visão, mera miragem.

Essa paixão é força que nos dá vida

E faz nascer, no coração, a esperança

De ver raiar o sol, prenúncio de bonança,

Iluminando a trilha do amor, recrudescida.

Virá o dia, Musa, em que a saudade

Não mais aflija o viver do teu poeta

E esse querer sem fim, que nos completa,

Há de permanecer, por toda a eternidade.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 09/03/2008
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