TESTEMUNHAS
Nunca vou me olvidar,
Daquele banco do jardim,
Que " viu " nosso amor começar.
Parece que um jasmim
" Dizia , olhando " pra mim :
- Comece a acariciar !
Também não posso olvidar...
A matriz, solenemente,
" Observava " muito séria :
- Cuidado com essa matéria !
- Não seja insistente !
- Essa jovem é séria,
- É moça pra se casar !
E os pássaros que voavam,
Parece que se encantavam,
Com o namoro iniciado
E num coro ensaiado,
" Cantavam " : - Pode beijar !
Mas , como beijar ?
Se não me deixava ensaiar ?
Mas foi muito bom desse jeito,
O amor que tinha no peito...
Fui soltando devagar
E a amada a assimilar.
Soubemos Dar tempo ao tempo,
Com amor e intenções,
Abrimos os corações,
Chegamos ao casamento.
Ao entrar na matriz,
Antes de ir pro altar
Naquele dia feliz,
O que primeiro fiz...
Comecei a procurar
Aquele banco da praça
E lá estava, dando o ar da graça.
Não ouvi o jasmim a falar...
Mas uma rosa em seu lugar
" Dizia, a me olhar " :
- Podem casar !
À igreja, respondi também sério :
- Sabe qual é o mistério...
Para bem se casar ?
É só saber respeitar...
O seu conselho segui...
É também preciso amar
Para nunca se desunir !
A praça , no mesmo lugar,
Em quase nada mudou,
Mas " vê " nosso amor mudar,
Aquele que testemunhou...
Cada vez a aumentar,
Para se perpetuar.
Auro.