A Menina Triste

Olhos belos, esverdeados

Sublime manifestação de luz

Brilho celeste, divinizados

Graciosa inocência que seduz

Derrama teu olhar audacioso

Àqueles que te louvam em beatitude

És da natureza o tom formoso

Na harmônica orquestra da virtude

Tu habitas o sonho mais secreto

De um desejo audaz, malicioso

Seja um simples olhar indiscreto

Ou um beijo no rosto, insosso

Quantos por ti suspiram

Envoltos à solidão insana

Formas que a um artista inspiram

As mais belas obras humana

Duas lágrimas cristalinas

Tua alma chora

Prelúdio da manhã vespertina

Orvalhando o raiar da aurora

O Sol, por ti, pediu licença

Às nuvens que dançavam no céu cinza

A brisa soprou, intensa

Desenhando um esplendor por tua vinda

A Lua sumiu eclipsada

As rosas murcharam entristecidas

As estrelas se apagaram, enciumadas

Sabendo que seriam esquecidas...

(Qual beleza diante de ti não ficaria sentida?)

Fonte das mais nobres aspirações

Fogo que incendeia os corações

Aquece com teu amor e plenitude

Aos homens de pouca fé e sem virtude

No calor de uma nova ideologia...

Na arte sagrada da poesia

Que ao toque de tuas mãos vira magia

Revelando ao mundo o universo de cor

Da beleza que reveste teu âmago de dor

Na imagem de uma menina que tanto sofria

Mas que, chorando por dentro... sorria!

Ps - importante que fique claro que esta menina a que se refere o poema é maior de idade, 19 anos

André da Costa
Enviado por André da Costa em 21/12/2005
Reeditado em 22/01/2006
Código do texto: T89172