Florir
Edson Gonçalves Ferreira
Minha roseira floriu.
Tornou-se branca duma pureza infinita!
A velha árvore nascida quando ainda eu era menino,
Hoje, ternamente, os seus braços abriu
E soltou suas filhas em profusão.
Aos olhos de eu criança,
Trazia simplesmente um doce encanto.
Agora, aos meus olhos de moço,
Traz-me ternura, amor e um doce enlevo de sonhar contigo...
E pensar que, um dia, quem sabe, talvez
Eu possa, nós possamos
Ser como a minha roseira...
Abrirmos nossos braços,
Soltarmos, humildemente, nossos rebentos... nossas mudas.
Extraído do livro "Poedsana", de estréia do poeta Edson Gonçalves Ferreira, publicado em 1972.