TUA DOCE TERNURA

Foram tempos de profunda solidão,

Aqueles por que passou minha alma,

Todo o sentido da vida como que se perdera,

Onde estaria, àquela altura, a minha calma?

Cada pequeno detalhe de um passado distante

Aflorava, intermitentemente, ao meu pensamento,

Como se a uma outra vida e não à minha própria,

Pertencesse todo e qualquer feliz momento

Inconscientemente relembrado, qual quisesse,

Meu coração, utilizando-se da saudade,

Resgatar, por uma vez apenas, nesse instante,

Toda uma história pretérita, de grã felicidade.

Incapaz, entretanto, de tão ingrata façanha,

Tornava ele sempre, ao inicial estado,

De poder, tão somente, ao longe, relembrar

Remota época, em que amara e fora amado.

Mas eis que, então, como que por magia,

Surgiu, aos meus olhos, em meio ao firmamento,

A mais brilhante estrela que jamais houvera,

A despertar em mim este sublime sentimento.

E, atônito, ante a surpresa que se me apresentava,

Via-me eu, enfim, a viver um verdadeiro amor,

A mais perfeita forma de completar meu ser,

A doce ternura, a afastar o sofrimento e a dor.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 06/03/2008
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