PAREDES CAIADAS
Há olhos verdes d’água
Onde o tempo alinhavou meu coração
Nas brancas penas de uma ave
Nos vôos da minha imaginação...
Há este silencio de gritos
De horas coaguladas e anônimas
Que suportam o peso da tua ausência
Quando um vento seco e sem controle
Afasta-te um pouco de mim...
Há mãos ancoradas em minhas areias
Preenchendo lacunas de vozes e abraços,
Enquanto o fogo aceso e as flores no canteiro
Contrastam com os riscos de carvão nas paredes caiadas.
Há um avesso de mim misturado a essa argamassa
Que constrói um sonho na dobra de uma esquina
Há um homem que sabe da mulher que há em mim
Há um homem que faz a mulher que há em mim...