PAREDES CAIADAS

Há olhos verdes d’água

Onde o tempo alinhavou meu coração

Nas brancas penas de uma ave

Nos vôos da minha imaginação...

Há este silencio de gritos

De horas coaguladas e anônimas

Que suportam o peso da tua ausência

Quando um vento seco e sem controle

Afasta-te um pouco de mim...

Há mãos ancoradas em minhas areias

Preenchendo lacunas de vozes e abraços,

Enquanto o fogo aceso e as flores no canteiro

Contrastam com os riscos de carvão nas paredes caiadas.

Há um avesso de mim misturado a essa argamassa

Que constrói um sonho na dobra de uma esquina

Há um homem que sabe da mulher que há em mim

Há um homem que faz a mulher que há em mim...

Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 04/03/2008
Reeditado em 26/01/2009
Código do texto: T887087
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.