INSOLVÊNCIA
Você ainda me deve aquele pôr-do-sol
De um mês ameno qualquer.
Me deve ainda uma música,
uma declaração de amor em público.
Me deve o que não foi,
mas eu insisto que seja.
Beijos ao vinho tinto,
você saindo do banho,
uma meia maçã mordida,
com seus dezesseis anos nos olhos,
comigo nos seus braços.
Eu nem cobro telefonemas,
encontros e filmes.
[Paixão não é unilateral].
Nossos sonhos não foram vendidos,
meu amor, ainda há chance;
Dê alguma chance para nós.
Eu lhe prometo mil juras por dia,
choraremos juntos nossas perdas,
vamos apagar os pseudoamores
que só nos roubaram tempo
e nos sugaram o sangue jovem.
Buá, eu já nos vejo no futuro...
Você me deve, pequena,
Você ainda me deve.