HAVIA DECIDIDO...
Eu havia decidido nunca mais amar...
Teci um casulo e nele me escondi
Ficando quieta pra poder sonhar...
E o tempo passou... nem percebi!...
A nenhum homem abriria o coração
Pois nenhum deles merecia meu amor!
(Do amor só tive a desilusão
E cansei de viver em meio à dor...)
Então...
Num dia estranho, eu te conheci,
Em lugar impróprio e inesperado
E, sem mesmo me dar conta, percebi
Que eras o amor que eu tinha buscado...
Assustada e aflita muito eu fugi;
Eu não queria tudo novamente!
Pressentia dores que já conheci
E não queria sofrer mais, inutilmente...
Penso que tu, também receavas,
E o mesmo medo tu também sentias.
Eu te via e tu te esquivavas
E minha fuga tu já percebias...
Um dia...
Depois de longos dias de tormentos
Eu desapareci de todo. Aí sentiste
A minha falta em todos os momentos
E sentiste falta do meu sorriso triste...
Vieste a mim! Que susto tu me deste!
Eu fiz de tudo para te afastar..
Fiz-me mais feia: fiz contigo um teste!
Mas quem eu era, pudeste enxergar...
Não foi paixão, foi muito mais que isto!
Foi louco amor, insano, incompreensível!
Nós não queríamos envolver-nos nisto
Pois teria um fim que era previsível...
Mas foi mais forte... o amor venceu!
Alma com alma... selada na nudez
De um só corpo, que era meu e teu,
onde nos levou a nossa insensatez...
Parecia...
Que Alguém, lá do Alto, nos sorria
E abençoava, Eterno, esta união
Que contrariava o que se conhecia
E o que se havia feito até então.
Fomos um só corpo e uma só alma...
Fomos um no amor, no pensamento...
Em nossos beijos, uma doce calma
Nos preenchia em cada momento!
Sonhamos! Sim, sonhamos! Foi ternura
Que nos levou ao céu, à imensidão...
Que era feita de fé (feliz loucura!)
E nos amamos com sofreguidão...
Mas...
(Há sempre um “mas” em cada história...)
Sonho acabou!... E o amor-paixão,
Aquilo que pra nós foi doce glória,
Hoje nos faz em imensa solidão...
Eu teci de novo: meu casulo denso
Me envolve toda no meu sofrimento.
E o que foi “o grande amor imenso”
Só vive hoje em nosso pensamento!
Meus tristes olhos voltaram a chorar...
Meu sorriso esconde a lágrima furtiva
Que dos meus olhos teima em rolar...
E de ti me tornei eterna fugitiva...
Eu te vejo ao longe... teu olhar seduz!
Quantas lembranças de momentos bons!...
Meu coração... min’alma me conduz,
A reviver canções de belos sons...
Hoje...
Nós nos tratamos com indiferença...
Como se nada houvesse acontecido.
Dos tempos bons tanta diferença!...
...Fingimos bem... E o coração partido!!...
.......................03 mar 2008.....................