Terno olhar
  
As vestes que me vestem a alma são de cor azul, preto e branco...
O azul, que tanto me fascina, é a cor dos teus olhos que me vestem com a ternura do mais meigo olhar, que me desnuda os pensamentos levando-me para o azul do céu, onde as brancas e acetinadas nuvens se igualam à maciez da tua pele, vestindo-me o corpo sobre a cama...
 
A este inocente amor, entrego-me de corpo e alma, aconchego-me na maciez dos teus afagos e me visto do teu terno calor, alimentando-me da fonte que me faz perder a razão...
 
Vestindo-me dos teus vermelhos lábios... Os beijos ardentes acendem-me o fogo da paixão...
Ensandecida, ofereço-te a suculenta fruta do desejo que a mim e a ti alimenta e, na voracidade do prazer sem hora marcada nunca é cedo ou tarde para me despir da santa e vestir-me de mulher safada! 
Entregue ao êxtase, pego carona na calda do amor...
 Vou à lua viajando através do mais lindo olhar azul, deixando para trás o negro céu estrelado...
 
O prazer e a utopia começam e terminam na pureza dos brancos lençóis, onde me restabeleço na paz dos teus braços, onde me fortaleço aninhada nos vestígios da nossa felicidade...

Os olhos que me vestem com ternura e os lábios, que me quer toda nua, realizam os meus ideais fazendo-me querer-te cada vez mais neste fiel amor...