MORTO DE SAUDADE

Então, o meu mundo silenciou, nele só se ouve

o uivo do vento, vento que se perde

entre os montes do vale.

Como um disparate, percebi estar

só entre tantos, procurando

encontrar o que o vento levou

por meio de insólitas miragens.

Mais um insone que seu grito atravessa

a serra, procurando não sabe bem o que,

na morada do nada.

E para se chegar lá, a estrada

é longa demais, e depois, ela só

sabe oferecer lembranças nostálgicas.

Se nada encontrar, decidi que vou

morar neste vale, pelo menos

ali, o vento é capaz de sussurrar o teu nome.

E se sobrevir, não sei bem o que

pode acontecer, será um tal de

abraçar teu corpo e beijar teus lábios,

como alguém desesperado, morto de saudade.

Wil
Enviado por Wil em 03/03/2008
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