MORTO DE SAUDADE
Então, o meu mundo silenciou, nele só se ouve
o uivo do vento, vento que se perde
entre os montes do vale.
Como um disparate, percebi estar
só entre tantos, procurando
encontrar o que o vento levou
por meio de insólitas miragens.
Mais um insone que seu grito atravessa
a serra, procurando não sabe bem o que,
na morada do nada.
E para se chegar lá, a estrada
é longa demais, e depois, ela só
sabe oferecer lembranças nostálgicas.
Se nada encontrar, decidi que vou
morar neste vale, pelo menos
ali, o vento é capaz de sussurrar o teu nome.
E se sobrevir, não sei bem o que
pode acontecer, será um tal de
abraçar teu corpo e beijar teus lábios,
como alguém desesperado, morto de saudade.