Gemido ao amanhecer de segunda


Mingua a força bruta
Apenas bate descompensado
Sem repique o coração que apaga
Quão forte a lança pende
Se teus olhos me buscam amor.

Ser de novo verdes mares
Se te procuro e te penso hoje
Sem mais nem nada sentir adiante
Banhar espírito neste seu olhar revolto.

Não sou mais que o espelho reflexo
Do que sente dentro de mim
Tal qual desejo que sofre e clama
Nossa vida : fogo e luta.

Não que fujo ao dever que acena
Se tenho medo de te beijar para sempre
A boca chave, a língua desvendada
Ao ponto santo da tua vontade inclina.

Mais que um dedo que aponta e busca
Os teus olhos macios nos teus cabelos arredios
Procurar ou se perder sem pressa
Os sentidos que se vão e te amam...

Apenas buscar
Descontrolar
Sofrer ou não ser
Fluir e sorrir
Teu amor discreto.