Pedras Soltas
Até as pedras do caminho clamam teu nome
Nas passadas dos teus pés que nunca mais cruzaram aquele destino
Ficaram as marcas do que fostes e do que és
Nas horas em que esquecestes do universo e pensastes no ser e sentir.
Os momentos que lamentavelmente o tempo não pode trazer de volta
Aqueles em que o sorriso fluiu com naturalidade deixando transparecerem o brilho e a alegria da alma satisfeita e cheia de amor
Pois o que se perde é tudo o que não se vive,
Querer mudar o imutável, é sofrer sem medida pelo que não tem volta
A vida anda para frente, o tempo não para
Os ponteiros do relógio continuam a marcar as horas sem dó ou piedade dos momentos perdidos e não contabilizados pela cegueira interior.
As palavras teimam em fazer-se cúmplices do sentir
Uma estranha calma que invade a alma
Tranquilidade disfarçada de que se aceita a vida como ela é
Soberana, divina e curadora de todas as coisas, de todas as feridas…
Mas sempre no intimo a chaga aberta, disfarçada no sorrir
Na imagem gravada na retina do tempo
O tempo que é soberano dos destinos e que nada deixa passar sem solução…
Que pode transmutar com sua força e esperança, que tudo pode realizar
Até mesmo as pedras do caminho serem afastadas, e no lugar dos espinhos nascerem flores para perfumarem o fim da jornada.