ASPARAGINA
Tens nos lábios um suave néctar viciante,
Do qual quero ser dependente declarado
E na sideral aventura tua delirante
Não voltar como se eu tivesse sonhado.
Pois o sonho tem o seu amargo
No fato de não ser real.
Por isso a ti quero estar atrelado
Como se a ser parte de sua realidade;
Ainda que eu
Me perca nos seus encantos
Por vontade.
Ainda que eu,
Quando só – caia em pranto
Por saudade.
Ainda que eu
Não diga que te ame tanto
Por Vaidade.
Ainda que eu não mais respire
E finde o último sinal de agonia
Do meu coração
Nos teus lábios quererei estar
Nos teus braços padecerei feliz.
Poderás dizer que não fui tudo
Mas tive o que quis.
Tens no sorriso um gosto de lembrança
De gozo pelas coisas da infância
De poema que não quer acabar
De frenesi que não se quer cessar.