A ONIPRESENÇA
Eu te espero na distante cidade, onde pretendes te esconder;
Eu apareço na escuridão do teu olhar, que se fecha pra mim;
Eu sou a verdade, que teus lábios temem reconhecer;
De todos os teus adeus que pretendem se principiar, eu sou o fim!
Eu sou o encontro de todos os caminhos, que desejam me distanciar;
Eu sou a voz, que perturba a fuga dos teus ouvidos;
Sou a feição multiplicada, que em cada esquina vais achar;
Eu sou o espião dos teus anseios, escondido em teus sentidos!
Noite e dia eu te vejo, pois sou teu sol e teu luar;
Porque existo nas sombras, que perseguem o teu destino;
Quando queres a paz de um verão, sou eu as asas de teu revoar;
Estou na simpleza de teu falar, ou no discurso de teu gesto mais fino!
Eu sou o pó que se mistura às águas de teu amor;
Eu sou o orvalho na exata medida, dos póros de teu relevo;
Quando distante de teu corpo, perto do teu pensar estou;
Quando expulso por tua razão, sou reintegrado por teu desejo!!