A ONIPRESENÇA

Eu te espero na distante cidade, onde pretendes te esconder;

Eu apareço na escuridão do teu olhar, que se fecha pra mim;

Eu sou a verdade, que teus lábios temem reconhecer;

De todos os teus adeus que pretendem se principiar, eu sou o fim!

Eu sou o encontro de todos os caminhos, que desejam me distanciar;

Eu sou a voz, que perturba a fuga dos teus ouvidos;

Sou a feição multiplicada, que em cada esquina vais achar;

Eu sou o espião dos teus anseios, escondido em teus sentidos!

Noite e dia eu te vejo, pois sou teu sol e teu luar;

Porque existo nas sombras, que perseguem o teu destino;

Quando queres a paz de um verão, sou eu as asas de teu revoar;

Estou na simpleza de teu falar, ou no discurso de teu gesto mais fino!

Eu sou o pó que se mistura às águas de teu amor;

Eu sou o orvalho na exata medida, dos póros de teu relevo;

Quando distante de teu corpo, perto do teu pensar estou;

Quando expulso por tua razão, sou reintegrado por teu desejo!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 02/03/2008
Código do texto: T883609
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.