Passeio das mãos

Desfilei minhas mãos sobre o teu corpo,

desejando os teus átrios

cheios de todo o nosso amor.

Liso, nele comecei

entre um arrepio que se fez

e me viram bem os olhos.

Se as parei em algum lugar de ti,

não foi por mim

nem pela vontade,

mas por certo amor estranho

que da intimidade se apossou.

Foi bom!

Senti os olfatos dos teus sabores

e, escondidas, todas as minhas dores

deixaram-me sentir felicidade.

Esperar-te-ei de corpo e alma

e se minhas mãos chorarem de saudades,

não te demoras,

pois, para elas te amarem,

carecerão te alisar

e sentir de novo a tua carne.