Poema 0537 - Pecador
Alimento minha alma dos desejos de ti,
por hoje deixarei uma lágrima cair, só hoje,
são pequenas as lembranças que voam até o céu,
um dia seguirei junto com minha razão.
Preciso de outros sonhos que não os meus,
um trilhar sem planos, sem destino,
jurando o mesmo amor que sempre amei,
voltando a cada dia para o mesmo coração que amo.
Deixo que a lua me oriente nesta minha última jornada,
após tudo, quebra-me as asas, jamais usarei,
ignoro alguns pedaços de minha vida, por ser tua,
até que um dia voltarei a ser teu, somente teu.
Parei minha vida entre um e outro sol, por ti,
voltei os mesmos caminhos que um dia reneguei,
falei de amor, incontestável, ridículo e suave,
teu corpo, um mundo de luz deliciosamente sedutor.
Tentarei traduzir nossas noites, os amores distribuídos,
espalhado pelo corpo suado depois de fazer amor,
teus olhos orientando-me o caminho entre curvas,
entre pêlos e poros inundados da mais pura paixão.
Corro risco de nunca sonhar, de não mais adormecer,
ter em teus braços um abrigo permanente e eterno,
vestido de verdades dividiremos cada sopro de vida,
até que um dia novos sentidos me roubem a alma.
Deixo que minha luz penetre teu corpo nu,
deixe que atravesse a paixão por todos os lados,
que deseje teu o meu desejo mais impuro,
até que a luz se apague dos meus olhos pecadores.
19/12/2005