De amantes à loucos
Os grandes amantes deste mundo se apoucam
Injustiçados pelas gentes que os taxam de loucos
Tristes seres que não vêem neles o poder que emanam
Das promessas divinas de tempos vindouros
Pobres donzelas. Não há mais quem lhes prometam as estrelas
ou quem lhes busquem uma flor rara de um campo distante
Jaz, há tempos, o ultimo dragão perseguidor de princesas.
Restam príncipes embriagados em passos errantes
Velhos Quixotes vivendo num conto de Cervantes
Em seus hospícios-castelo empunhando suas vassouras-espada
Lutam heroicamente contra dragões flamejantes
Na busca do tão sonhado beijo da princesa amada
Ah, dizei a eles, sábios escudeiros.
Que os monstros que perseguem só cospem fumaça
E que não há corações de feras que vossas lanças trespassam
Tampouco um mundo que precise de cavaleiros.
Sois estrelas cintilantes num céu quase apagado
Um brilho que há muito ficou opaco e distante
Nestes teus mundos de inimigos Imaginários
São os maiores dos heróis e, talvez, os últimos dos grandes amantes