Pedras Pomes
Aos olhos dos sonhadores românticos
O amor é auto-suficiente
Mas nem a voz é para os cânticos
Um fim em apenas ser existente
Sob a ótica destes apaixonados
O amor é a larva do vulcão
Mas ai destes pobres coitados
Pois a larva finda com sua expulsão
Como tantos outros amantes
Eu também acreditei na paixão
Que me permitiu ser mais que antes
Que me ofereceu mais que ilusão
Só que este não me foi humilde
Não me revelou que a relação
Neste estado mais que sublime
Também se faz de negação e razão
E ardilosamente não demonstrou logo
Suas mais corrosivas e mortais facetas
As peças perdidas deste cruel jogo
Seus ciúmes, suas obsessões e cegueiras
E assim, minha larva fumegante
Ao tocar o céu como um raio glorioso
Não se sustentou e se fez pedras pomes
Os seus gases tóxicos e vapor caloroso
Me destruíram e dizimaram a vida
Que nassim se percebeu num vale totuoso
Desde que se ofereceu a teu abraço
Desde que temeu por teus desamparos
E insistiu em vigiar os teus passos