ENTREGA

Sinto no trovão a inveja dos deuses

Na entrega da minha carne ao amor

E cada uma das luxúrias que tu ouses

Exibir a tua forma de amar sem pudor

Dominas o íntimo rude das tempestades

Quando me molhas de suor na cama

Colando a vice-versa das nossas metades

E degelas os pólos com tua chama

Impedes que adormeçam os vulcões

Com ondas gigantes de prazer

Trazes o sol aos meus serões

Na tua erupção de sementes a arder

És esplanada donde vejo o fim do dia

Colhendo no teu colo a alegria da vida

És vista nua e crua da fantasia

Maravilhosa aventura destemida