Sonetos de amor
I
O amor é finalmente
Um embaraço de pernas
Uma união de barrigas
Um breve tremor de artérias
Uma confusão de bocas
Uma batalha de veias
Um reboliço de bundas
E sussurros na orelha
No meio das faces faceiras
Uma comunicação lenta
Rápida, sem besteiras
Um cheiro de jasmim que exala
Entre os dois apaixonados
Embriagando-os por completo
II
O amor é definitivamente
Uma gota que escorre
Um choro que envolve
E difunde o riso ausente
É juntar todos os sucos
Sentir o outro pelo cheiro
É misturar os pêlos
E unir seus mundos
Fogo ardente que mistura
A leve mordida insone
E línguas que se entrelaçam
Visões que se embaçam
Num silencioso carinho
Onde o prazer se esconde
III
O amor é felizmente
Um beijo de boa noite
Um filme em dia de chuva
Uma ducha em dia quente
É sopro de vida envolvente
Presente no divino desejo
É loucura que se sente
Com corpos nus e inocentes
É o embaraço selado
Quem é quem?
O amor é um meio
Meio passo, meio medo
É um momento eterno
De entregar-se sem receio.
Gregório de Matos
David júnior
Shauara David