Ai, ai, ai
“Ai, ai, ai”
Quando uma mulher geme
Não é só ela que o faz
É a menina que carrega
A moça que sempre foi
A mulher ali presente absorta
E a senhora de si mesma
Quando uma mulher geme
Obriga-se o silêncio a abster-se
E todos os demais sons
Proferirem uma oração
Ao clamor da entrega
E do calar-se fazer o belo
Quando uma mulher geme
O homem presente deve ir fundo
O mais abissal possível
Nem que os absurdos proferidos
Sejam todos eliminados
E sobre apenas o mergulho
Aí, meu amigo
Não diga absolutamente nada
Pois ela sente o que você não sabe
Ela transcende o ser que é
Pois por mais entregue que você seja
Nunca vai compreender o que é ser uma mulher.
JB Alencastro