ASSÉDIO

Eu te convido a quebrar os invólucros de tua hesitação;

A remover os rótulos que sofrem os ataques de tua moralidade;

A que deixes de ser açude parado, para seres torrentes em ebulição;

Eu te proponho deixar de ser projeto e se tornar mulher de verdade!

Eu te convido a ser escritora e não mais leitora de tua história;

Eu quero ser a tinta viva a rabiscar teus episódios proibidos;

A que tornes tua oculta face indomada em novidade notória;

Eu te proponho que sacie em meu corpo os ímpetos de tua libido!

Eu te convido a que me permitas uma visita por tuas curvas;

A ser a dona do tempo, que assistiria emocionado ao nosso enlace;

A que consintas no encontro de tuas nuvens com minhas chuvas;

Eu te proponho que o conforto de um leito finalize o nosso impasse!

Eu te convido a que peças o divórcio para as proibições;

Que num momento de lucidez, abra as portas à loucura;

A que destituas a racionalidade e entregues o cetro às sensações;

Eu te proponho que vistas tua castidade com uma irreverência nua!

Eu te convido a procurar em minha boca a metade do teu beijo;

A que revele em meus ouvidos a senha que me permita te invadir;

A que me desafies para um confronto com os teus desejos;

Eu te proponho entrar em ti, sem a menor pressa de sair!

Eu te convido a ser tão forte, a ponto de se entregar;

A que permitas às estrelas que aplaudam a nossa paixão;

Que digas sim ao convite delirante desse meu assediar;

Eu te proponho incluir em meu cardápio teu coração!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 26/02/2008
Reeditado em 24/06/2009
Código do texto: T876677
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