UM POUCO AMANTES, UM POUCO NADA

O que aproxima os amantes

é a pressa.

Nada é possível, tudo é urgente.

Momentos plenos de ausência e silêncio.

O misterioso prazer de esperar sempre

e, provavelmente,

não ter nada.

O que cada um sente, o outro também sente,

mas na distância.

Volúpia incontida, compartilhada

no beijo separado,

um pouco teu,

um pouco meu,

nunca nosso.