PARADOXOS
Eu te amo com
total veneração,
completo despudor,
vulgar obscenidade,
com tal sublimidade,
com todos os paradoxos
que através de mim se expressam.
Te amo com alegria,
com tôda a pureza,
de meu terno coração.
Eu sou uma criança
e em outras horas uma devassa,
que na cama tudo aceita,
desde que venha de você.
Eu sou tão despreendida
mas ao mesmo tempo possessiva,
sou o riso argentino de tua voz
e sou o pranto que derramo várias vêzes.
Eu sou o tudo
e sou o nada.
Sou furacão que sacode os teus dias
mas também sou calmaria,
o teu desejo mais profundo
e outrossim tua agonia.
E assim noite e dia,
seguimos tu e eu,
a esperar que cesse a ventania
e que cheguem os tempos de magia...