A TUA IMAGEM ME CURA
A tua imagem me cura,
É santo bálsamo, fonte de doçura.
Nas horas crucificadas da espera
A tua voz me vem, é rouxinol: primavera.
Então, não mais reconheço o tempo
E toda a sua agonia. Contentamento
É ter-te aqui, em mim completamente
No meu sentido, e na alma, eternamente.
Por sobre os teus lábios eu pouso
Todos os versos do meu sublime gozo.
E assim, após ávida mordida no fruto
Do amor, sorvo e saboreio tudo: escuto
E sonho, enquanto a noite senhora
Se alimenta da fome que me consome - e te devora.
Instintos ardorosos agitam o meu coração,
E, na contida verve, uma só palavra: Adoração!
© Jean-Pierre Barakat