LOUCA MAGIA
         VAMOS BAILAR,  QUERIDA!
             

Vamos correr caminhos e veredas
Respirar fundo nas ilações da alma
Procurar sentir perfumes das auroras
Buscando matizes de várias sombras
que se avolumam nas horas paradas
dos lagos serenos de lodo e raiz.

Cuidamos de ver a estrela escondida
Que nasce nas palavras silenciosas
e que se reflete na fronteira das ilusões
Qual trôpegos pirilampos, de cor e fulgor
Vamos bailar pelas praças desertas
a esmo, sem  feitiços, nem visões.

"No fundo do peito estamos juntos,
no canavial do peito percorremos
um verão de tigres,
à espreita de um metro de pele fria,
com a boca farejando suor e veias verdes
nos encontramos na úmida sombra que deixa
                                                               [cair beijos."

E opacos, translúcidos se cruzam olhares
Sutis movimentos se encadeiam após
Cicerones de vento sussurram canções
Que valsam lembranças nos labirintos
Dos longes, estrelas luzem corais azulados
que rodopiam, que brincam de luz e  de cor.

                                  (à memória de Pablo Neruda)

                          Vinhedo, 24 de fevereiro de 2008.