PARA NÃO ACORDAR A DOR.

Ando com cuidado

Como se vidros pisasse

Olho de lado, atenta ao menor som

Respiro baixinho

Já tirei até os sapatos

A saia, seguro com as mãos.

Pois o tecido pode farfalhar

Os gemidos, prendi-os na garganta.

As lágrimas regam minha alma

Assim ninguém as vê

A dor disfarço com risos.

A desfaçatez é agora a minha arma

Contra quem do meu amor descuidou

Ontem me expus inteira

Doei-me sem reservas ao tal amor

Hoje não ouso acordar

A dor que ainda estou a embalar

Espero que não me vejas

Não estou segura se resistirei

Ao apelo do seu olhar.

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 23/02/2008
Reeditado em 05/08/2010
Código do texto: T872996
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