Vão desejo

Da cela, pelas frestas

escapa o coração da flecha

pintado na parede

A mente irrequieta

voeja andarilha

entre corpos

em vãos desejos

de fuga à liberdade

No quarto em que me encontro

Ela vem visitar-me

diz-me que há vida lá fora

E, lasso, resto inerte

A lua não encontrá assim o sol

Que o brilho lhe emprestaria

A vela arriada busca a calmaria

O amor que a liberdade apaixona

Iça ao vento as velas da razão

E vamos, enfim, rumo ao incerto