PROVAR A NUDEZ DOS DESEJOS

Sem lume nem lugar esfrio num grito

Libertador de ódios entranhados no ego

Gritado num túnel sem fundo de revolta

Por não provar a nudez dos meus desejos

De prazeres que me iludem e vivo no irreal

Procurando o precioso que revele quem sou

Num momento raro que me distinga no que sou

Para que me resgate de todos os meus enganos

E desenganos por ilusões que se vão evaporando

Pelos confins ácidos dos meus ecos mudos

Uma forma de nada adoece a minha forma de ser

Meus dias passam devagar por relógios apressados

E meus gritos de raiva rebentarão noite fora

Fugindo ao terror do pouco que invade o meu olhar

Descaio desnaturado em fantasias sem retorno

Forjando a minha grandeza limitada por erros

Consumada de miudezas acumuladas numa muralha

Que sacudo com a agitação de não ter nada

Confessando ás montanhas as intenções atordoas

No meu corpo sufocado num palco desiludido

Desaprovando mentiras que arremessam para longe

A verdade simples com que a vida se desenrola

Quero ganhar o meu tempo e salvar a minha vida