ASSOMBRO
É com tal assombro
que te toco o ombro,
a espádua branca e bela.
É com tal interesse
quanto mais me apresse
frente à tua janela.
É com tal lentidão
que te osculo a mão,
o braço e os dedos.
É com tal tristeza
que te cobro a esperteza,
com dedicação te concedo.
É com tal alvoroço
que te retiro do poço
ou de quaisquer assombros.
É com tal artifício
que te ofereço o prestígio,
no espaldar do meu ombro.
É com tal descaso
que te fabrico o vaso,
com que plantas a flor.
É com tal retidão
que te prometo no coração,
a grandeza do meu amor.
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