A Volta da Musa.
Ai minha musa,
Quanta apreensão sinto em meu peito.
Sei contudo que estás de volta,
Mas pergunta soturna que me inquieta,
Que devora meu peito e me tira o sono.
Ainda gostas de mim?
Me esqueceste?
Confio aos deuses que não.
Minha amada amiga,
Meu mais profundo deleite será enfim revê-la.
Pobre de mim,
Durante esse tempo, não houve dia só sem que em minha mente
Tu tivestes dançado alegremente,
Minha musa de dança gentil
E povoado meus sonhos de maneira pueril.
Não sabes quão ansioso te esperei.
Não sabes o quanto desejei o teu retorno,
Ardente e suspirante
Nesse parapeito de pedra
Fria, nua.
Te esperei e te desejei,
Do mais profundo recanto do meu ser.
Minha Musa-Natureza.
Agora que estás, não partas de mim.
Não me partas.
Ao mesmo canto de alegria, inconfundível é
Meu canto de amor.
De fronte à água desse nosso porto.
Sêde bem-vinda minha Musa.
Sêde bem-vinda de volta ao meu coração.