Travessuras de desejos
Tenho um coração meio travesso
Pula...se assanha...arranha...não cansa
Como um pêndulo intenso...balança
Tendo como cúmplice os meus olhos
Que ao bater num poema ou no requebrado
Lá se vai o danado...pra lá de assanhado...
Mandando seu recado pra pele arrepiada
E se um decote ousado se mostra...affff!
Ou apenas um riso...um olhar de soslaio...
Quem sabe apenas os cabelos esvoaçantes?!
Despertam lá embaixo... estranho movimento
Se avolumando num batalhão de sentimentos
Do soldado raso, tenente ou sargento
Em prontidão... 'respeitosa' continência
E a saliência impulsiva vai crescendo
Na lânguida... lascividade da libido
O malandro 'cardiovascular' trepida...dispara!
Tesudo e incontido voluptuoso frenético desejo
Que alagam meus lábios à procura do beijo
Apetite voraz e animal, busca o cio da fêmea.
Não importa se é loira...ruiva ou morena
Se vem de lá um aceno é um aiii Jesus...me segura!
Está em ação um desvairado motim no quartel...
Cabeça, braços, pernas, troncos...um coquitel
Dos pés ao pescoço é um colosso...alvoroço
É fogo! Erupção! Comoção! Pura emoção!
É a festa do amor...processo de ebulição.
Negociações de abraços e beijos em profusão.
E tome acordo...regalos...delícias de prazeres
Num vai e vem desencontrado de amassos
Ouve-se o estampido d'alma...em fúria
Na mais perfeita revolução dos sentidos
Ó h! Coração menino travesso...sossega!
Se aquiete! Nao maltrate assim tanto...chega!
Não judia deste sofredor aprendiz de poeta...
Ou mande logo bater em sua porta
A musa...a deusa...a diva...a ninfa ...
A poetisa de seus eróticos anseios.
Hildebrando Menezes