Amante imaginário

Maria Antônia Canavezi Scarpa

O que fez de você, o meu amante imaginário?

Venho tentando todos os dias desvendar

em como entender essa paixão envolvente

que tem me levado ao delírio, todas as vezes,

ao me deixar amar e ser possuída

nas frases dos meus poemas

Uma raiz desgarrou da terra fértil

explodindo das entranhas, para verter

sua seiva revigorada e aromática,

nos veios úmidos que ficam sob a minha pele

em forma de correntes sanguíneas,

revigorando o meu vigor de fêmea

Estou me sentindo uma floresta

que descobriu na quimera de um amor

a libido arraigada e adormecida,

reacendendo torrencialmente as minhas energias,

fazendo pulsar cada galho que verga,

se fantasio o seu toque

E o que mais tenho feito,

é regar, incansavelmente o imaginário,

deixando que ele aflore, sem pudor,

nas minhas necessidades biológicas,

há tanto tempo submersas,

nas profundezas amorfas do meu prazer

Ainda que eu, não possa tocar sua pele,

beijar sua boca, ouvir sua voz,

ou sentir o seu cheiro ao morder seu corpo,

deixo que a leveza da imaginação

fecunde com sua semente, o meu coração,

quem sabe... eu materialize você!!!!

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 21/02/2008
Código do texto: T868623
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