Amante imaginário
Maria Antônia Canavezi Scarpa
O que fez de você, o meu amante imaginário?
Venho tentando todos os dias desvendar
em como entender essa paixão envolvente
que tem me levado ao delírio, todas as vezes,
ao me deixar amar e ser possuída
nas frases dos meus poemas
Uma raiz desgarrou da terra fértil
explodindo das entranhas, para verter
sua seiva revigorada e aromática,
nos veios úmidos que ficam sob a minha pele
em forma de correntes sanguíneas,
revigorando o meu vigor de fêmea
Estou me sentindo uma floresta
que descobriu na quimera de um amor
a libido arraigada e adormecida,
reacendendo torrencialmente as minhas energias,
fazendo pulsar cada galho que verga,
se fantasio o seu toque
E o que mais tenho feito,
é regar, incansavelmente o imaginário,
deixando que ele aflore, sem pudor,
nas minhas necessidades biológicas,
há tanto tempo submersas,
nas profundezas amorfas do meu prazer
Ainda que eu, não possa tocar sua pele,
beijar sua boca, ouvir sua voz,
ou sentir o seu cheiro ao morder seu corpo,
deixo que a leveza da imaginação
fecunde com sua semente, o meu coração,
quem sabe... eu materialize você!!!!