a cor do amor
não há a menor seriedade na proposição
de que um homem deva viver
pelo resto de sua vida
ao lado de uma mulher
(ou vice-versa)
isso é o que a gente quer
quando a conhece
e por ela padece
ou até se esquece
da própria vida
e até acontece
de um dia a querida
se perpetuar
não por obrigação
ou por outra ação
compulsória que for
mas por causa do amor
que um dia fenece
e depois aparece
com um vestido de cor
que, por ser diferente,
renova a alegria
que um diz existiu
e os dois seguem em frente
não por obra e graça
da palavra sem graça
da religião
mas pela mutação
que uma forma de amor
pode sempre assumir
enquanto a gente existir
o amor tem a cor
que só ele quiser...
Rio, 15/02/2008