QUASE DEIXEI ROLAR UMA LÁGRIMA
Demorei naquele beijo, senti que passava uma vida
Ah, como recordo aquele beijo seu
Porque não lhe amei logo quando senti aquele beijo
Era porque eu temia, era porque eu fugia e não sabia parar
Você veio, trouxe alegria, trouxe e deixou comigo
O desejo de rever-lhe.
Eu lhe esperava na noite e você aparecia nas minhas tardes
Às vezes me surpreendia pela manhã, quando menos lhe esperava
E quando não menos lhe desejava, e certa vez quando
Você veio estava com a farda da escola, e os livros nas mãos lembra?
Eu estava conversando com um amigo e nem vi você chegar.
Você entrava na minha vida a toda hora
E ao me deixar-me, deixava-me a sua espera
Um tempo longo também passava e era só um dia
Até que eu me acostumei a esperar você chegar.
Sonhava com você também e já eras dona dos meus versos,
Que fazia em pensamento, e dos que dei para você ler.
Tudo é vazio sem você meu bem, nem sei o que faria
E as caricias que penso ainda lhe dar
E os versos que ainda não compus para você.
Sem você eu não seria o mesmo.
A sua ausência me incomoda um século, cada minuto que passo
Sem estar com você.
Cada minuto é uma hora, cada hora uma eternidade.
Meu coração vê sempre o tempo passar
E é tão difícil me despedir de você
Que nunca partes de todo, pois sigo sempre com você
Em cada poema meu que levas entre as mãos.
Amo-lhe, lhe amo...
SALVADOR, 12/10/1971
Barret.