Por Um Aceno, À Espera
Véra Lúcia de Campos Maggioni®
Vera&Poesia®
Ah, poeta não fiques com o olhar perdido,
Nem te iludas nesses ardilosos labirintos.
Não caias nas artimanhas e armadilhas
Das alamedas do caminho que palmilhas...
Sinto a ardência da ânsia do teu coração partido
Pela procura deste amor que imaginas perdido;
- Será a dor feroz que te alucina e não te dá guarida
À luz do óbvio e ao vislumbre de uma clara saída?
Mas se vês a imensidão nas dobras daquela esquina,
As cores perfumadas das flores, o sol que se declina...
Nos volteios das minhas fases e, sem cerimônia,
Revelas a mim essa angústia ardorosa em confidência;
- A noite não te é mais tão escura.Tens consciência?
Saibas que as chagas desatinam a inteligência.
Com olhos da alma, desesperados pela urgência,
Estes que, sem calma, levam a visão à negligência.
Do alvo e rumo certo aos elos de uma pertinência.
Então, como verás o teu amor? - Tenhas paciência!
Afastes as reunidas chagas de puro lamento e sofrimento.
Confiando em mim, a lua dos enamorados, te dou o alento,
Se fores capaz de ainda escutar meus devidos argumentos;
- Ele reflete, em si, o brilho dos olhos teus por onde anda,
Logo o encontrarás, embevecido por um ardor que encanta.
Olhe ao leste de tua existência, no florescer da alvorada,
Sentindo o frescor do ar e aroma da laranjeira pela janela;
- Poeta! Cantando a música que os envolveu, em chegada,
É teu querido que te entregarei em mãos, após a tão larga madrugada.
Esteve embriagado pelo igual sentimento e, por um aceno, à espera.
Véra Lúcia de Campos Maggioni®
Vera&Poesia®
Em 19 de fevereiro de 2008
Poema escrito para dueto com a poetisa amiga Mônica Neves.
Véra Maggioni