Buscando tranquilidade

Às vezes pego-me pensando sobre minha vida

Como todos nós fazemos, pensando em viver mais,

Querer sentir mais, amar mais, desejar mais, transar mais..

E derrepente um pensamento novo me inunda a mente,

"Será que não estou fugindo do centro de meu desejo, querendo mais?"

O que isso quer dizer?

Será que o meu desejo é único e inundo com tantos outros?

O cerne, o centro, o âmago, é a tranquilidade.

Que mais precisamos além da alma tranquila, o espírito leve o coração suave e a mente descansada? Apenas tranquilidade.

O deitar em uma rede e apenas vislumbrar,

O deliciar-se no horizonte e apenas pensar vazio,

Olhar as estrelas e apenas observar, fitar, e no olhar, entrever,

Olhar a lua e apenas ver a lua, seu brilho sua suavidade,

Tranquilizar-me o espírito como centelha divina herdada de Deus,

Acalmar-me os pensamentos não importando porque penso,

Aliviar-me a alma, companheira inseparável, às vezes única ao meu lado,

Um olhar para dentro do meu mais profundo de mim mesmo e gostar do que encontro, mesmo sabendo que ninguém vê,

Bastar-me a mim mesmo como ser humano e sentir-me assim, humano,

Olhar os meus dedos e perceber o milhague que Deus me deu de poder movimentá-los,

Olhar-me ao espelho desavergonhadamente, meio encabulado, e acha-se bonito, ter coragem de confessar-me sem pudor,

Me levar ao monte mais alto da Terra, o mais elevado das mais altas montanhas, la em cima, perto de Deus, e falar baixinho para o coração que eu me amo. Baixinho para ninguém ouvir.

Pensa isso comigo, vem aqui na minha escrivaninha, senta-te ao meu lado nessa cadeira que mais gosto, apoie-se em minha mesa e pensa comigo:

Você se ama? Eu me amo?

Deus em seus mandamantes ordenou amar o próximo.

Tem alguém mais próximo de mim que eu mesmo? Talvez minha mãe.. , ah mas ela é mãe, nãe é?

Quero amar minha alma, amar meu espírito, amar meus pensamentos, pois Deus os ofereceu à mim, e se isso é verdade, eu os merecí. São meus. Apenas meus.

Estamos bem juntos, lado a lado, aqui em minha escrivaninha. Diga-me com teu coração puro e responda-me a pergunta que faço-te com a alma: Para que serve sua vida, se não para plantar mais amor na Terra e deixar as sementes para os descendentes? Somos a árvore da vida. Somos o féu e o mel. Somos a própria vida.