POEMA DE NÓS

Tanto somos que nos amamos demais

Um colado ao outro, gritante é o silêncio da paz

Do cuidado, da atenção, do carinho, do calor;

Quando me encontro sozinho, te peço, meu amor,

Vem ficar comigo, aquecer minha roupa

Beijar, acariciar minha pele, umedecer minha boca

Tanto somos quanto parecemos sempre ser

Os que vêem o amor até à parte do prazer

Quem tem zelo um pelo outro, mesmo tendo o que fazer

Que namoram tão gostoso que é lindo de se ver!

Como abraçamo-nos fortes e conversamos

E nos damos as mãos e inteiro nos damos.

Tantas palavras tuas lindas cheias de prazer

Quais me entretêm eu querendo e mesmo sem saber

Que me fazem beijar-te o rosto de chofre

Quais me fazem saber o que não querer

As quais me acariciam letra por letra

As quais eu não esqueço, pois ficam na cabeça.

Tantos dias passados do primeiro encontro

Acidente da vida errante que a corta num ponto

Sou nada sem ti, Amiga-sempre-namorada

A que me ensino a amar sendo por mim amada

Cuja timidez é um charme a se admirar

A que me disse que, nos sonhos, esta inexistirá...

Tanto sábia és quanto linda te mostras

A que me ensinou simples quão são as respostas

Pois eu crio coisas complicadas demais

Para responder a perguntas tão bobas

Dizes-me tão calma dos olhos

E como se desvia lindamente do que quer...

Tanto és menina quanto aprendeste a ser mulher

A cuja alma feminina consegue o que quiser

Donde a atenção veio da pequenina

Como a graciosidade, a doçura, as bochechas!

Da mulher veio a atração incondicional

Delicada como os dedos – que me dizem Adeus...

Tanto és parte da minha vida quanto és razão

Como saudade hoje tu representas

Que o meu peito chora sem seu toque

Sem teu beijo seguido de palavras acolhedoras

De quando me dizes que me ama muito

Ao teu que consideras como tu mesmo: eu.