SILÊNCIOS DA ALMA
SILÊNCIOS DA ALMA
J.B.Xavier
De que servirão as lágrimas, vertidas nos silêncios da alma,
Se elas adubarem apenas o areal da descrença e das desesperanças?
De que servirão os suspiros, vertidos em forma de lamento,
Se eles exalarem apenas inconformidade e trouxerem tristes lembranças?
De que servirá a fé, se ela não consolidar a crença de que tudo é possível
Se ela não for o bálsamo, o lenitivo para as atribulações,
De que servirá o amor, nascido no mais remoto território da alma,
Se ele não conseguir ser forte o bastante para amolecer corações?
De que servirão os horizontes, convidando à aventura, para além da visão,
Se ele não despertar curiosidade pela mera e simples possibilidade?
De que servirão as lágrimas, vertidas nos silêncios da alma,
Se não for para derramá-las, sim, mas de felicidade?
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