Ocaso

(05/07/04)

Mãos dadas,

Passos lentos,

Os pés descalços

Sentindo a textura

De cada grão de areia.

Silêncio,

Só o ruído do mar

E a sua respiração.

Indescritível tessitura!

Vez por outra

Uma onda atrevida

Desgarra-se das outras

Querendo nos acompanhar

Percebe a impossibilidade

E num último suspiro

Estende seu tapete de espuma

Por onde vamos passar

Uma réstia de sol poente,

Laranja,

Ainda quente,

Estampa nossas silhuetas

Contra o azul já escuro do céu.

Outro tanto de sol escapa

E colide, suavemente, contra o mar,

Colocando sobre aquele negro azul

Uma grande faixa dourada.

Seu rosto,

Seu sorriso,

Seus olhos,

Lusco-fusco

Mãos dadas,

Passos lentos,

Pés descalços

Só você, eu e o mar