DOCE AMADA
Esse amor é tão forte, que eu me calo,
Ante a impossibilidade real de explicá-lo,
Ou saber
Que origem pode, enfim, ter tal sentimento
E de repente, quase mesmo num momento,
Crescer
A ponto de tornar-se assim, sólido, completo,
Esse inesgotável manancial do maior afeto,
Esse pensar em ti, por todo o meu dia,
A sensação dessa mais pura alegria,
Que tenho
Quando, afinal, nós nos encontramos...
E, felizes, apaixonados, nos amamos...
E venho,
Correndo, tomar-te nos meus braços,
Pois sinto a falta desses teus abraços,
Uma angústia toma conta do meu peito,
O tempo, como que se arrasta, sem jeito
Algum
Eu encontrar, de abreviar essa espera
Incômoda, dolorosa...ah, se eu pudera
Só um...
Sim, só um dia, ao menos, estar contigo
Todo o tempo, amando-te, ao abrigo...
Dos problemas todos que o cotidiano
Me impõe, deste ritmo quase insano
Da vida,
A ocupar, do meu tempo, a maior parte,
Como a tentar impedir-me de amar-te,
Querida,
Pois parece ser, afinal, essa rotina,
Dos que amam, o mal, a triste sina...
Mas chega o momento mais esperado,
Em que, finalmente, estou ao teu lado,
E então...
Não mais me atormenta toda a pressa,
Já que nada existe, agora, que me impeça
Essa paixão,
Razão maior da minha vida, inspirada
Nos teus encantos, minha doce amada.