Estranho Amor...

Quando a tarde morna chega ao fim

e vem a doce brisa das ternas canções

da noite que se encontra dentro em mim

eu crio asas e vôo como os anjos

em suas suaves cores de marfim...

E eu busco a cama doce de alabastro

onde te deitavas junto a mim

e me recitavas todos os Cantares

em um amor que eu jurava não ter fim...

Quando no céu a doce Estrela brilha

Anunciando a noite dos amantes

meu coração se perde em uma trilha

que leva a um caminho... sem temores

a um só caminho que eu trilhava antes

onde se sussuram todos os amores

e onde se é feliz só na partilha...

A lua encanta, a prateada lua

que faz com que eu me veja, alma nua

ante teus olhos de sonho e mansidão...

Em tua alegria que é toda uma canção

e no teu riso que brota cristalino

eu te vejo como homem e menino

e não consigo acreditar no que me dizem

que "Isto é loucura, tonta!" e me maldizem!...

Ouvindo tua voz tão doce e quente

jamais eu poderei acreditar

no que me dizem, que "tua alma mente",

que a mim "tu só queres enganar!"

Quando se ama alguém que é como um Anjo

para nós, e que é tudo o que queremos,

nem mesmo se do céu descesse Arcanjo

acreditaríamos naquilo que sabemos...

É tão estranho este imenso amor...

nos cega e nos tira a coerência,

parece que embota a consciência

e nos torna mais fortes ante a dor...

Como é contraditório o mesmo amor!

Sabemos tudo e sabemos nada...

Sabemos que na curva da estrada

tudo desmorona sem sabor...

E mesmo assim, na noite enluarada,

eu te procuro e te entrego o meu amor...

Quando a tarde morna chega ao fim,

Quando, no céu, a doce estrela brilha,

A lua encanta, a prateada lua...

Ouvindo tua voz tão doce e quante...

Eu te procuro, transloucada assim...

É tão estranho este imenso amor

Que me torna tão forte em meio a tanta dor...

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18 fev 2008

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 18/02/2008
Código do texto: T865023
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